Mensagem destacou a dedicação à magistratura e a vida pessoal
A 2ª Turma de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) prestou homenagens à desembargadora Edinéa Oliveira Tavares durante a 12ª sessão ordinária da Turmas Julgadora, nesta terça-feira, 20, transmitida de modo remoto. A mensagem foi lida pela desembargadora presidente Maria de Nazaré Saavedra Guimarães, que foi acompanhada pelos pronunciamentos dos desembargadores Ricardo Ferreira Nunes, Gleide Pereira de Moura e Eva do Amaral Coelho.
A desembargadora Nazaré Saavedra lembrou da perda da “nossa amiga e colega de colegiado, que compunha essa Turma Julgadora, desembargadora Edinéa Oliveira Tavares, por quem essa equipe sempre dispensou sincera amizade e grande carinho”.
A magistrada afirmou que “a dor da perda de um ente querido, nos faz sentir impotentes diante da vida. Nunca estaremos preparados para essa despedida, mesmo tendo a consciência e a certeza de que um dia, também partiremos e que isso é fato, é ciência, é bíblico”. Disse ainda que “Deus, tem para todos nós uma missão e um tempo determinado aqui na terra e quando nos chama é porque a nossa missão está cumprida, cabe a nós respeitar a sua vontade e rogar paz e consolo para aqueles que ficam”.
O desembargador Ricardo Nunes destacou que a desembargadora Edinéa realizou o mesmo concurso público para ingresso na magistratura em 1985, assim como a desembargadora Eva Coelho. O magistrado ressaltou que Edinéa Tavares era amiga, leal e responsável com os seus deveres. Relatou, ainda, que atuaram juntos na Comarca de Santarém nos anos 1990.
A desembargadora Gleide de Moura lembrou que Edinéa exerceu com maestria a vida profissional e era doce e amável em sua vida pessoal. A desembargadora Eva Coelho ressaltou que a magistrada cumpriu sua missão com maestria, passando por várias Comarcas do Interior até chegar à Capital. A procuradora Tereza Cristina de Lima expressou saudade pela desembargadora Edinéa.
Julgados
Durante a sessão da Turma, foram julgados três agravos. Dois estavam sob a relatoria do desembargador Ricardo Nunes e um de relatoria da desembargadora Nazaré Ssavedra.
No julgamento dos feitos, o desembargador Ricardo Nunes conhece os recursos, que tinham com assunto o esbulho e reintegração de posse, e os julgou parcialmente providos para reforma da decisão e reconstrução do imóvel em litígio, com objeção de prossegui com a demolição. A relatoria foi acompanhada à unanimidade.
Em outro feito, a desembargadora Nazaré Saavedra votou pelo conheceu o agravo para reformar a decisão em todos os termos, com rejeição à liminar por ausência de pressupostos. A decisão foi acompanhada à unanimidade.
Mensagem
Confira, abaixo, a mensagem da 2ª Turma, lida pela desembargadora presidente Nazaré Saavedra, pelo falecimento da desembargadora Edinéa Tavares:
A dor da perda de um ente querido nos faz sentir impotentes diante da vida. Nunca estaremos preparados para essa despedida, mesmo tendo a consciência e a certeza de que um dia, também partiremos e que isso é fato, é ciência, é bíblico.
Deus tem para todos nós uma missão e um tempo determinado aqui na terra e quando nos chama é porque a nossa missão está cumprida, cabe a nós respeitar a sua vontade e rogar paz e consolo para aqueles que ficam.
No dia 14 último, perdemos a nossa amiga e colega de colegiado, que compunha essa Turma Julgadora, Desembargadora EDINÉIA OLIVEIRA TAVARES, por quem essa equipe sempre dispensou sincera amizade e grande carinho.
Hoje, nesta 12ª sessão ordinária da 2ª Turma de Direito Privado, reunidos estamos para falar desse nosso sentimento de perda, essa perda brusca, que nos deixou, a todos atônitos e dizer, que, jamais esqueceremos o seu companheirismo e nos concentraremos a partir de então nas coisas e nos momentos bons que foram por ela conosco compartilhados, pelos legados e que se traduz por sua dedicação ao trabalho.
Edinéa Oliveira Tavares, 3ª filha do casal, Francisco de Oliveira Tavares e Arminda de Oliveira Tavares, nascida em 29 de julho de 1950, em Belém do Pará, desde cedo apresentou sinais de precocidade, pois aos seis anos, lia e recitava versos e poemas, e era, entre os cinco irmãos, Edison, Edna das Gracas, Ediléa e Eden, a irmã que elaborava as melhores travessuras, sempre se destacando pela sua criatividade, e pela sua liderança.
Na adolescência, já sabia qual seria seu objetivo profissional, ao enfrentar um tribunal em sala de aula, ministrado pelo professor Ubiratan do Rosário, no Colégio Gentil Bittencourt.
Teve como fonte inspiradora para seguir a carreira jurídica, seu irmão Edison, que já cursava Direito, quando aos 17 anos foi aprovada no curso de Direito, da UFPA, e graduou-se em 1973. Aí começou sua brilhante vida profissional, como advogada por 12 anos, até ser aprovada no concurso de provas e títulos, para Juiz de Direito do TJPA, em 1985.
Tomou posse na magistratura do Pará em 1985 e esteve à frente da 5ª Vara de Fazenda Pública da Capital antes de ser eleita desembargadora. Atuou em diversas Comarcas do Estado, tais como, Vigia, Marabá, Santarém e Ananindeua e antes de chegar à 3ª Entrância na Capital, a magistrada ocupou cargos de Direção em vários Fóruns de Comarcas do Interior do Estado, além de presidir Tribunal do Júri e fazer parte da Turma Recursal dos Juizados Especiais.
Chegou ao desembargo após 29 anos de serviços prestados à magistratura paraense, sendo empossada em 24/4/2014. Foi membro do Conselho da Magistratura no biênio 2015-2017, Ouvidora Judiciária substituta desde 27/3/2019 e membro do Conselho da Escola Judicial do Estado do Pará, desde 8/2/2021.
Sua palavra de ordem era o AMOR ao próximo, sempre mantendo sua serenidade e imparcialidade, na análise de seus julgados.
Em Família, segundo seus irmãos, EDINÉIA era pessoa alegre, sensível, humilde, serena, bondosa e brincalhona, sempre com seu sorriso feliz, que nas reuniões espalhava sua luz interior, mantendo a harmonia entre todos à sua volta.
Aos seus irmãos, Edison, Edna das Gracas, Ediléa e Eden. Aos seus sobrinhos, Ellen Christine, Eder, Addison, Aline, Tamires, Édler e Vinicius, filhos do coração, aos familiares e amigos, aos quais aqui nos incluímos, os nossos mais sinceros sentimentos, crendo que a dor e a saudade serão amenizadas pela fé de que ela partiu desta vida para a vida eterna, é o que se confirma pelas passagens bíblicas:
“Disse Jesus: eu sou a ressureição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês isto? ” (João, 11 25-26)
“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu pai há muitas moradas. E não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (João, 14 1-2)
Descanse em paz querida amiga/colega.